NAOS Astronomy

A página do Núcleo de Astronomia Observacional, Instrumentação e Astrostatísitica (NAOS) é dedicada a toda comunidade. Departamento de Física (DFTE) - UFRN

NAOS – Núcleo de Astronomia Observacional, Instrumentação e astroeStatística da UFRN


As primeiras atividades em Astronomia Observacional na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) surgem em 1981, quando professores do Departamento de Física Teórica e Experimental conduziram estudos em Radio-Astronomia, buscando contribuir para a compreensão da variabilidade de Quasares. Tais estudos foram realizados com o radio-telescópio de 22 metros do então Centro de Radio-Astronomia Mackenzie/Observatório Nacional, em Atibaia, São Paulo.

A partir de 1986 a Astronomia Observacional na UFRN dá um sólido passo para sua consolidação, com o início de uma profícua e perene colaboração com o Observatório de Genebra, Suíça, no campo da Astronomia Ótica Estelar. Neste momento surgem também os primeiros passos motivadores para o desenvolvimento instrumental dedicado à Astronomia, com o desenvolvimento de softwares dedicados ao tratamento de dados. Os esforços observacionais conjuntos entre a UFRN e o Observatório de Genebra, particularmente entre 1986 e 1996, resultaram em grandes catálogos de medidas de rotação estelar e velocidade radial para milhares de estrelas, abrindo horizontes para nossa consolidação como referência internacional no estudo observacional da rotação e multiplicidade estelar.

Os embriões do Núcleo de Astronomia Observacional, Instrumentação e Astro-estatística da UFRN –NAOS- surgem ainda no final do século passado, com a participação de Astrônomos da UFRN em grandes programas observacionais conduzidos por consórcios internacionais. Entre esses, podem ser sublinhados:
o estudo da rotação e da multiplicidade estelar ao longo do Diagrama HR, a partir de observações realizadas no Observatoire de Haute-Provence (França) e Observatório Europeu para o Hemisfério Austral, e o estudo da atividade magnética estelar com base em medidas realizadas pelos satélites ROSAT (NASA/ESA) e International Ultraviolet Explorer (IUE/NASA). No início deste século, já com atividades perenizadas em diversas frentes, somos convidados a participar do desenvolvimento da missão espacial CoRoT (CNES/ESA), que se constituiu no primeiro esforço humano dedicado à busca por exoplanetas através de fotometria a partir do espaço. Ao NAOS coube também a primazia de conduzir os principais estudos sobre rotação estelar associados à referida missão.

Em paralelo à preparação e exploração da missão CoRoT, pesquisadores do NAOS começaram a atuar em diferentes consórcios internacionais dedicados à busca de planetas fora do sistema solar, em particular na busca de planetas orbitando estrelas evoluídas. Entre 2004 e 2015, participamos da descoberta de cinco planetas orbitando estrelas evoluídas. Como consequência natural, a partir de 2010 pesquisadores do NAOS começaram a conduzir programas de busca de planetas extrassolares. Hoje, temos sob responsabilidade direta do NAOS a condução de programas de busca de planetas em torno de estrelas de aglomerados estelares abertos, que até o presente resultaram na descoberta de dois planetas e na identificação de uma dezena de candidatos. Estes programas cobrem grandes amostras observacionais, correspondendo a 172 estrelas pertencentes 24 aglomerados abertos, cobrindo idades entre 0,02 e 4,5 bilhões de anos.

Um outro campo da Astronomia onde o NAOS tem conhecido um crescente e reconhecido desenvolvimento, diz respeito à aplicação pioneira de técnicas e procedimentos da Mecânica Estatística no tratamento e análise de dados estelares. O uso de Wavelets no estudo da variabilidade estelar, a partir de curvas de luz obtidas pelos satélites CoRoT e Kepler, e a aplicação de técnicas oriundas do cenário da Teoria de Sistemas Complexos, tais como análise de (multi)fractalidade e Mecânica Estatística Não-Extensiva, formam o amplo leque de métodos estatísticos que o Núcleo vem desenvolvendo ao longo do últimos anos.

Após mais de duas décadas de atuação em Astronomia Observacional Estelar, com resultados sólidos e referenciais, o NAOS começou a atuar de forma objetiva no campo da Instrumentação Astronômica. Inicialmente participamos do desenvolvimento e construção do primeiro ‘Pente de Frequências Laser’ dedicado à Astronomia, dentro de um consórcio constituído por UFRN, Instituto de Astrofísica Canárias (Espanha), Max Planck Institute for Quantum Optics (Garching/Alemanhã) e European Southern Observatory.

Com o instrumento já acoplado ao espectrômetro HARPS, no telescópio de 3,60 m, do ESO - La Silla (Chile), realizamos testes durante o período de comissionamento no inicio de 2015. A precisão alcançada nas medidas de velocidades radiais foi de 0,2 km/h (5 cm/s) em uma única exposição, chegando a 0,07 km/h (2 cm/s) quando combinamos exposições subsequentes.

O segundo esforço instrumental do NAOS é o desenvolvimento, construção e operação de um espectrômetro no Infravermelho dedicado à busca de planetas. Tal projeto, ora em sua fase de estudos e arquitetura é conduzido pelo NAOS/UFRN em colaboração com o Observatoire de Geneve (Suiça), Escola Politécnica de Zurique (Suiça), Universidade do Porto (Portugal), Universidade de Montreal (Canadá) e Universidade Católica de Chile.

O NAOS, como consequência direta dos seus esforços em pesquisa e desenvolvimento, tem também um forte compromisso com a formação de pessoal para a Astronomia, seja a nível de Graduação ou de Pós-Graduação. Até este mês de dezembro de 2015 o NAOS formou 18 Doutores e 28 Mestres, dentro das suas atividades acadêmicas junto ao Programa de Pós-Graduação em Física da UFRN. Atualmente, os Professores do NAOS têm sob suas orientações 10 estudantes de Doutorado e 08 estudantes de Mestrado, além de 05 jovens Doutores em estágios de Pós-Doutorado e 05 estudantes de Iniciação Científica.

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